terça-feira, junho 06, 2006

06/06/06


Eis-me aqui. Hoje é particularmente vazio... Mantenho-me distante do que não me faz um bem necessário, e deixo respirar quem precisa, mesmo não sendo isso que eu quero. Trago esquisitos os pés, distantes de qualquer feminilidade que por ventura me tornasse mais bonita. Desleixo é uma arte, também. E um dom. Mas ter pés como os meu, num clã de pés bem desenhados é um martírio... Mas importa é que andem... e como andam meus pés! Abdiquei das asas quando se tornou perigoso e difícil viver... Talvez um dia retome a vontade de usa-las, porque coragem eu sempre tenho, até então. Costumo ter coragem pra muita coisa que nem carece, mas para as outras coisas falta mais... ou sobra a dúvida. E hoje é esse dia. Verdades camufladas se desvendam... verdades das quais sinceramente não precisava.

E hoje tanto faz. Inalguram-se novas coisas.

O que ninguém percebe é o que o nascer do sol é um levantar de cortinas, o ato único... progride até o apagar das luzes, que são da cidade, da casa, da alma. Quando fechamos os olhos é que começa a vida real. Por isso o "não se deve confiar" em quem beija de olhos abertos...

Qualquer coisa de novo espreita na esquina. Qualquer coisa de eterno.

E hoje, nessa casa vazia um coração vazio vai folear livros relidos mil vezes, relembrar amigos perdidos e falar de contas de condomínio com quem interesse falar, se chegar alguém pra falar... Amanhã algo novo a preenche.

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