quinta-feira, janeiro 29, 2009

Tudo junto e misturado


"Ooooo oooooo ohoohohoo
Ooooo ohooohoo oooohoo
Ooooo ohoohooo oohoooo
Oohooo oohoooho ooooho
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo


Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow bluebirds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii
Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world
Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world
The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world
Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ?



Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo
Ooooo oooooo oooooo"

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Não são apenas velhos sentimentos e (res)sentimentos que tenho mania de guardar em qualquer lugar, que me esqueço onde, pra depois encontar - com a surpresa estranha de quem na verdade está sendo encontrado. Também faço isso com papéis, brincos e moedas de R$1,00.

E eis que hoje me deparei com esse trecho de T.S. Eliot, bordado pela caprichosa caligrafia dos meus 17 aninhos (10 de maio 2003), dobrado dentro de A insustentável leveza do ser...


East Coker (T.S.Eliot)

(trecho inicial da parte III)

O escuro escuro escuro.
Todos mergulham no escuro,
Nos vazios espaços interestelares,
no vazio que o
[ vazio inunda,
Capitães, banqueiros,
eminentes homens de letras,
Generosos mecenas de arte, estadistas e
[ governantes,
Ilustres funcionários públicos, presidentes de vários
[ comitês,
Magnatas da indústria e pequenos empreiteiros, todos
[ mergulham no escuro,
E escuros o Sol e a Lua, o Almanaque de Gotha,
A Gazeta da Bolsa, o Anuário dos Diretores,
E frio o sentido e perdido o fundamento da ação,
E todos os seguimos no silente funeral,
Funeral de ninguém, pois a ninguém há que enterrar.
Eu disse à minh'alma, fica tranqüila, e deixa baixar o
[ escuro sobre ti,
Pois que aí tudo será treva divina. Como num teatro,
As luzes se apagam para a troca de cenários
Com um côncavo ribombo de asas, com um movimento de treva sobre treva,
E sabemos que as colinas e as árvores, o distante
[ panorama
E a soberba fachada altiva estão sendo arrastados
[ para longe—
Ou quando, no metrô, um trem se demora entre
[ duas estações
E as conversas se animam e lentamente no vazio
[ tombam
E vês por detrás de cada rosto aprofundar-se o vazio
[ mental
Que semeia apenas o crescente terror de nada haver
[ em que pensar;
Ou quando, sob o éter, o pensamento é consciente,
[ mas consciente de nada —
Eu disse à minh'alma, fica tranqüila, e espera sem
[ esperança
Pois a esperança seria esperar pelo equívoco; espera
[ sem amor
Pois o amor seria amar o equívoco; contudo ainda
[ há fé
Mas a fé, o amor e a esperança permanecem todos à
[ espera.
Espera sem pensar, pois que pronta não estás para
[ pensar:
Assim a treva em luz se tornará, e em dança há-de o
[ repouso se tornar.

...

Bom... foi um feliz reencontro.
Num primeiro momento forcei minha infalível memória para tentar lembrar porque cargas d'água esse trecho foi tão importante para eu transcrevê-lo. Tive sossego aceitando que o escrevi simplesmente para encontra-lo agora... Que as coisas são assim, sutilmente entrelaçadas, cuidadosamente costuradas umas nas outras.

E é assim... espera... Porque o que não conseguimos arrancar do coração, damos como fato consumado, caso perdido, e aceitamos, nos resignamos e de qualquer forma seguimos.

Receio que a mera tentativa da luta contra essas noites densas aumenta a angustia e o desespero. Vamos sentar, acender um cigarro, e esperar... Quando avistar o fundo do posso, tente ir mais fundo, cada vez mais, e sorria, pois dali você não passa... Logo depois amanhece. E pronto.

E de mais a mais, o dia de hoje merece um dane-se para todas as tolices cometidas, por mim e por eles, pelos que já nem existem e pelos que hão de vir, com novas e modernas tolices, coisas surpreendentes, que eu mesma não seria capaz de supor agora...

Bah.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Já que me pergunta...


Não, meu bem, eu não mudei grande coisa.


Eu ando catando papel na ventania, joguei fora os relógios e os espelhos, parei de contar os cigarros e as moedas e, não, eu nunca cogitei diminuir o alcool.


Caso ainda não tenha reparado eu não tenho vocação para formiga, eu detesto formigueiros... Repara nas minhas asas, repara no meu grito, repara que eu sou pálida, que tenho uns olhos bem grandes (pra chorar bastante), e uma preguiça danada de laçar louça. Repara.

E eu me sinto muito bem, agora, que nada vai bem. Às vezes eu preciso de um tempo, de um espaço, mas depois é tudo igual, eu não mudo não. Eu gosto assim.
Esse equilibrio que, do fundo do coração, você me deseja e me aconselha só me faria mal, meu bem. Eu te agradeço, mas não preciso me controlar... A gente presisa dar uma função social à liberdade que de um dia pro outro se instala nas nossas vidas: e agora eu me sinto muito bem não lavando as minhas roupas, dormindo pouco e comendo mal. É isso que está me curando de toda mágoa.

E não apenas não mudei nada como também não aprendi nada. Eu ainda creio no poder terapêutico das paixões loucas que me quebram toda. Dou dois dentes por uma dose de ilusão, qualquer uma... Eu me recuso a raciocinar sobre as relações e sobre os sentimentos. Eu me recuso a raciocinar sobre arte. Eu me recuso a me preservar do que quer que seja pra tentar a paz.

Não quero saber de paz nenhuma. Eu quero é o escândalo, o muito, o exagero.

Eu quero um exageradamente grande amor, que consiga me entreter com mais que o cineminha de domingo e o chopp controlado de sexta. Continuo romântica com a mesma cafonice de antes de ontem e estou jovem demais para mudar...

Não mudei, não aprendi e me sinto muito bem com isso. Rs.

"Nada que é o bastante é suficiente"


Ao meu quase amor que escorrega que nem sabão.




Meu coração é uma almofadinha de retalhos, muito bonitinha e gasta, que me serve de conforto na solidão e de proteção contra as punhaladas. Meus amores todos usaram punhais.

Eu também.


Para morrer de amor é necessária a decência do pó de vidro, para matar de amor ou espantar o amor, usamos punhais.


Não posso dançar agora, estou ocupada. Estou a costurar remendos no meu coraçãozinho, sentada na beira da estrada: não te seguiria, nem se me convidasse. Tenho medo de você do estrago que pode causar.


Mas eu sei que tu não me convida coisa nenhuma e nem te agrada a idéia de esperar até que denovo eu enlouqueça. O tempo não me ensinou nada tão importante quanto à arte de detectar os pregrinos: vocês caminham em zig-zag e se movem por tudo que brilhe... e nada brilha muito tempo.


Além do mais, tudo mudou: antes eu despertava ao menor sinal de uma paixão, me declarava, me desesperava e acabava, quase sempre, aos frangalhos, esparramada num banheiro de luz fria com meia garrafa de conhaque e três maços amassados de cigarro, chorando até vomitar. Agora, ao menor sinal de uma paixão, eu bebo vodka: bebemos conhaque para lembrar e vodka para esquecer, isso é um fato.


De qualquer forma, te agradeço pela beleza e pela coragem que tu trouxe, sem querer e sem saber. Vá embora logo antes que eu te ame e sofra, antres que eu me arrependa de não ter tentado fazer você ficar e cantar no meu chuveiro, e volte sempre que sentir vontade, porque gosto de ver o tempo passar, às vezes.


Eu acho que vou ficar por aqui mesmo, pois a boemia me anestesia dos tropeços todos.


Estou muito surpresa por estar tranquila.


Um beijo eterno, pessoa mais bonita do mundo.


E.