segunda-feira, janeiro 19, 2009

Já que me pergunta...


Não, meu bem, eu não mudei grande coisa.


Eu ando catando papel na ventania, joguei fora os relógios e os espelhos, parei de contar os cigarros e as moedas e, não, eu nunca cogitei diminuir o alcool.


Caso ainda não tenha reparado eu não tenho vocação para formiga, eu detesto formigueiros... Repara nas minhas asas, repara no meu grito, repara que eu sou pálida, que tenho uns olhos bem grandes (pra chorar bastante), e uma preguiça danada de laçar louça. Repara.

E eu me sinto muito bem, agora, que nada vai bem. Às vezes eu preciso de um tempo, de um espaço, mas depois é tudo igual, eu não mudo não. Eu gosto assim.
Esse equilibrio que, do fundo do coração, você me deseja e me aconselha só me faria mal, meu bem. Eu te agradeço, mas não preciso me controlar... A gente presisa dar uma função social à liberdade que de um dia pro outro se instala nas nossas vidas: e agora eu me sinto muito bem não lavando as minhas roupas, dormindo pouco e comendo mal. É isso que está me curando de toda mágoa.

E não apenas não mudei nada como também não aprendi nada. Eu ainda creio no poder terapêutico das paixões loucas que me quebram toda. Dou dois dentes por uma dose de ilusão, qualquer uma... Eu me recuso a raciocinar sobre as relações e sobre os sentimentos. Eu me recuso a raciocinar sobre arte. Eu me recuso a me preservar do que quer que seja pra tentar a paz.

Não quero saber de paz nenhuma. Eu quero é o escândalo, o muito, o exagero.

Eu quero um exageradamente grande amor, que consiga me entreter com mais que o cineminha de domingo e o chopp controlado de sexta. Continuo romântica com a mesma cafonice de antes de ontem e estou jovem demais para mudar...

Não mudei, não aprendi e me sinto muito bem com isso. Rs.

"Nada que é o bastante é suficiente"


Um comentário:

Pâmella Véras disse...

amei! e me identifiquei em partes, grandes partes..

parabéns =)