Voltei com saudades confessas (sempre são, estamos falando de mim!), depois de um inverno rigoroso em pleno verão carioca, durante o qual atravessei algumas vezes a mesma ponte achando que eram outras e várias... quisera eu ver a mesma coisa no mesmo lugar mais de uma vez na vida... rs...
Bom, de lado meus complexos cancerianos que não enganam mais ninguém, percebi que é muito difícil me reconhecer enquanto gente fazendo o que gente faz. Mexer quadris nunca foi meu forte, em nenhuma das circunstancias em que pode se fazer necessário, e além do mais o que eu escrevo eu não falo, e o que ele não sabe o impede de entender muita coisa... (ah, meu amorzinho medroso... quantas amedoeiras hão de derrubar edifícios nos próximos séculos sem que exista a quem culpar?...).
Sei que eu não sou um docinho. Sei que amo a Arte escandalosa dos que não vêem limite adiante, e dos que não se negam um tombo a mais, pois mais vale o amargo da terra que o fel podre dos que costuram em vida sua mortalha dos velhos...
Ah, meu amorzinho... ama tua meretriz incansável, que à política não há os que não são fiéis, e não há por quem ela não te troque, se não ama-lá muito e cada vez mais, e não souber dividi-la em banquete com quem mais a queira. E volta sempre cansado purificar tua mácula num canto manso que é a arte que tu julgas menor que pariu, para que nada seja tão ruim assim. Enquanto eu te quiser vou te querer de qualquer maneira e lamber as feridas dessas guerras bestas e lavar os lençóis que não são meus. E se deixada, eu derramo umas lágrimas e escrevo coisas muito tristes que me renderão um Nobel, quem sabe, e depois de umas semanas encontro outro deus ao qual servir.
Agora eu vou embora.
Encontrei uma baladinha p/ noite de hoje. rs
"Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi"
e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas
Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em homicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê"
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