Vida e morte do amor de Mariazinha
A coisa nasceu como não devia nascer coisa alguma: do dia pra noite, sem direito a enxoval, previsão astrológica ou tempo pra pensar... Além do que em fins de mês ninguém tem grana pra bancar todas as cervejas que demandam as paixões repentinas...
E a coisa morreu também como não devia morrer coisa alguma... com umas mil e quinhentas palavras arrastadas e mal formuladas, entre três maços amassados do cigarro que não fumava, com febre de sol e sede de água... Melhor seria um tombo na esquina ou um afogamento premeditado no carnaval.
Nada espera o carnaval.
Mariazinha não espera o carnaval.
Mas entre os confetes que talvez a esperassem (como pode ela saber agora?), talvez estivessem também uns alfinetes que lhe espetariam o juízo.
Tantas coisas podiam, em número par: metade era boa e metade não. E como dizer que quem escolhe é quem não espera? Lá pode nem ter nada... O carnaval pode não chegar nunca, pode ser uma história que contam para que os bois durmam e as crianças parem de chorar. Pode ser também que chova ou que o sol esteja muito forte para os olhos tão sensíveis. Ou pode ser que lhe abata uma pnemunia bem na hora, e a banda venha, toque e passe, sem em nada lhe alterar a vida.
Nasceu e morreu a coisa, como não devia.
E o lamento é que até o que não é certo merece seu charme e sua lápide.
Mas não... Viveu em Mariazinha, que não espera o carnaval e morreu seco e desnutrido, em Mariazinha, que escangalha as coisas.
-
E agora ela lamenta a má sorte de alguns meses do ano, pergunta pela cura nas farmácias e desenhas corações flexados na sola dos pés.
A coisa nasceu como não devia nascer coisa alguma: do dia pra noite, sem direito a enxoval, previsão astrológica ou tempo pra pensar... Além do que em fins de mês ninguém tem grana pra bancar todas as cervejas que demandam as paixões repentinas...
E a coisa morreu também como não devia morrer coisa alguma... com umas mil e quinhentas palavras arrastadas e mal formuladas, entre três maços amassados do cigarro que não fumava, com febre de sol e sede de água... Melhor seria um tombo na esquina ou um afogamento premeditado no carnaval.
Nada espera o carnaval.
Mariazinha não espera o carnaval.
Mas entre os confetes que talvez a esperassem (como pode ela saber agora?), talvez estivessem também uns alfinetes que lhe espetariam o juízo.
Tantas coisas podiam, em número par: metade era boa e metade não. E como dizer que quem escolhe é quem não espera? Lá pode nem ter nada... O carnaval pode não chegar nunca, pode ser uma história que contam para que os bois durmam e as crianças parem de chorar. Pode ser também que chova ou que o sol esteja muito forte para os olhos tão sensíveis. Ou pode ser que lhe abata uma pnemunia bem na hora, e a banda venha, toque e passe, sem em nada lhe alterar a vida.
Nasceu e morreu a coisa, como não devia.
E o lamento é que até o que não é certo merece seu charme e sua lápide.
Mas não... Viveu em Mariazinha, que não espera o carnaval e morreu seco e desnutrido, em Mariazinha, que escangalha as coisas.
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E agora ela lamenta a má sorte de alguns meses do ano, pergunta pela cura nas farmácias e desenhas corações flexados na sola dos pés.